Projeto de estágio Anos Iniciais
1)
Título do projeto:
O
mundo encantado de Monteiro Lobato
2)
Justificativa:
A
literatura infantil é um caminho que leva a criança a desenvolver suas emoções,
sua imaginação e também a sua criatividade. É de suma importância que as
crianças em sua formação, escutem histórias e as reconte-as, pois, escutá-las é
um estimulo para que a criança venha a se tornar um leitor ativo e que
desenvolva o gosto pela leitura, aprimorando consequentemente sua escrita.
O
presente projeto de estágio justifica-se, devido à necessidade e a importância
das escolas disponibilizarem aos educandos o contato com a literatura infantil,
os quais ampliam os conhecimentos dos alunos, os ajudam a entender melhor o
conteúdo. Além de ajudá-los a superar de leitura e escrita adquiridas
anteriormente, ou seja, desde que foram alfabetizados desta forma, iremos por
meio deste estágio tentar ajudar os aluno a sanarem algumas dificuldades de
leitura e escrita.
Então,
iremos realizar o projeto baseado na literatura infantil, por acreditarmos que
esta, permite ao aluno estar aberto para novos conhecimentos e para seu sucesso
escolar. Nesse contexto, julga-se que a literatura infantil torna-se uma aliada
nos processos de ensino e aprendizagem sendo assim, fundamental para o
desenvolvimento infantil.
3)
Fundamentação teórica
A
aprendizagem e a construção do conhecimento são processos naturais e
espontâneos do ser humano que desde muito cedo aprende a mamar, falar, andar,
pensar, garantindo assim, a sua sobrevivência. A aprendizagem escolar também é
considerada um processo natural, que resulta de uma complexa atividade mental,
na qual o pensamento, a percepção, as emoções, a memória, a motricidade e os
conhecimentos prévios estão envolvidos e onde a criança deva sentir o prazer em
aprender.
Saber ler nos dias de hoje
é, condição indispensável para o acesso a qualquer área do conhecimento e, sendo
assim, desenvolveu-se um trabalho enfatizando a importância da leitura e da
escrita no contexto escolar por meio de aulas de reforço, destacando atividades
que levassem o aluno a produzir frases, interpretar textos e também desenvolver
o habito da leitura.
Desta forma, o presente ensaio justifica-se
devido à importância de o professor saber utilizar diferentes alternativas
metodológicas para trabalhar em prol do processo da aquisição da leitura e da
língua escrita, sendo que não basta identificar as palavras, mas fazê-las ter sentido,
compreender, interpretar, relacionar e reter o que for mais relevante.
Segundo Weiss (1999, p. 87):
A aprendizagem normal
dá-se de forma integrada no aluno (aprendente), no seu pensar, sentir, falar e
agir. Quando começam a aparecer “dissociações de campo” e sabe-se que o sujeito
não tem danos orgânicos, pode-se pensar que estão se instalando dificuldades na
aprendizagem: algo vai mal no pensar, na sua expressão, no agir sobre o mundo.
É preciso que o professor
atente para as diferentes formas de ensinar, pois, há muitas maneiras de
aprender. Assim, os alunos devem ser estimulados para a leitura, pois os mesmos
devem ler por prazer e não ser obrigados. Esta é outra questão que procuramos
tratar com cuidado no estágio V, não forçando os alunos a fazerem nada do que
não estavam dispostos no momento, principalmente com relação à leitura.
Neste sentido,
aprendizagem está diretamente relacionada à conduta. É aprendendo que
reformulamos nossa maneira de atuar no mundo e sobre ele. (SOARES, 2003).
Assim, o professor deve
ter consciência da importância de criar vínculos com os seus alunos através das
atividades cotidianas, construindo e reconstruindo sempre novos vínculos, mais
fortes e positivos. Martins (1989) chama a atenção para o contato sensorial com
o trabalho, pois antes de ser um texto escrito, um trabalho é um objeto; tem
forma, cor, textura. Na criança esta leitura através dos sentidos revela um
prazer singular; esses primeiros contatos propiciam à criança a descoberta do
trabalho, motivam-na para a concretização do ato de ler o texto escrito. A
escola torna-se fator fundamental na aquisição do hábito da leitura e formação
do leitor, pois mesmo com suas limitações, ela é o espaço destinado ao
aprendizado da leitura.
A leitura e
escrita são processos muito complexos e as dificuldades podem ocorrer de muitas
maneiras. Uma criança que não tenha uma alfabetização satisfatória, ou seja,
uma alfabetização capaz de intergra-lá ao ambiente social a qual a criança esta
inserida, poderá tornar-se frustrada diante de seus colegas, apresentara uma
deficiência durante todo seu processo evolutivo de aprendizagem, apresentará
baixo rendimento escolar e pouco a pouco sua auto estima estará acabada,
podendo manifestar comportamento anti-social, bem como levá-la ao desinteresse
e muitas vezes até a evasão escolar.
Freire
(1996) sustenta que há diferença entre promover hábitos de leitura e promover o
ato de ler, dizendo que a decifração mecânica de sinais é a atividade
totalmente diversa da ação voluntária sobre a linguagem implicada no ato de
ler. Hábitos estão ancorados na repetição mecânica de gestos, atos, na opção,
no exercício da possibilidade humana de articular o agir ao pensar, ao definir,
ao escolher. Ler e interpretar é um “processo que envolve a compreensão crítica
do ato de ler, e não se esgota na decodificação pura da palavra escrita ou
linguagem escrita” (FREIRE, 2003), mas se antecipa e se alonga na inteligência
do indivíduo enquanto leitor de mundo. Nesse sentido, o autor afirma que:
A leitura de mundo precede a leitura da palavra,
daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da
leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão
do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica na percepção das
relações entre o texto e o contexto (...) a dita flui do mundo mesmo através da
leitura que dele fazemos. De alguma maneira, porém, podemos ir mais longe e dizer
que a leitura da palavra não é apenas procedida pela leitura do mundo, mas por
uma certa forma de “escreve -lo” ou de “reescreve-lo”, quer dizer, de
transforma -lo através de nossa prática consciente (2003, p. 11 e 22).
Então,
diante disto acreditamos que o objetivo da educação quanto à leitura é formar
consumidores da escrita, indivíduos críticos a fim de serem seres atuantes perante
a sociedade em que atuam.
Sendo assim, iremos focar
nossas atividades didático-pedagógicas na obra Sítio do Pica Pau Amarelo, por
ser uma obra de grande importância na literatura brasileira e por ser de
conhecimento de todos os alunos participantes do projeto “O mundo encantado de
Monteiro Lobato”.
Com Monteiro Lobato é
que tem inicio a literatura infantil brasileira. Com uma obra diversificada
quanto a gêneros e orientações, cria esse autor, uma literatura centralizada em
alguns personagens, que percorrem e unificam seu universo ficcional (CUNHA,
1995, p.20).
Desta forma, ressaltamos a
importância deste projeto de estágio nos anos iniciais do ensino fundamental,
pois, certamente a literatura de Monteiro Lobato mais especificamente o Sítio
do Pica Pau Amarelo possibilitará aos alunos estimular sua criatividade e
imaginação, bem como desenvolver o prazer pela leitura e escrita oportunizando
situações nas quais possa interagir em seu processo de construção do
conhecimento e por consequência o seu desenvolvimento da escrita e leitura de
maneira prazerosa e instigante.
4)
Objetivos:
4.1)
Objetivo Geral:
Criar
condições para os alunos desenvolver as capacidades de leitura e produção
textual por meio da literatura infantil de Monteiro Lobato.
4.2)
Objetivos Específicos:
- Estimular
a leitura e produção textual;
- Apresentar
Monteiro Lobato;
- Trabalhar
as características de cada personagem do Sítio do Pica Pau Amarelo: Tia
Nastácia, Pedrinho, Emília, Narizinho, Cuca, Saci, Dona Benta, Visconde,
Conselheiro, Tio Barnabé, Quindim, Rabicó;
- Confeccionar
um livro individual com todo material produzido durante os encontros;
- Confeccionar
a personagem Cuca com material de sucata;
- Desenvolver
criatividade e coordenação.
5)
Desenvolvimento:
Iremos trabalhar por meio
da literatura infantil destacando Monteiro Lobato e sua obra Reforma da
Natureza.
Serão realizadas
atividades como: confecção de um livro, construção da personagem Cuca de
material de sucata, fantoches de dobraduras, culinária (Receita do Bolinho de
Chuva), atividades que envolvam leitura e escrita, matemática enfocando dúzia e
meia dúzia. Hora do Conto com o Tapete da História do Descobrimento do Brasil
destacando o Dia do Índio, onde cada aluno irá construir a sua caravela para
compor a história.
Enfim, vamos trabalhar as
datas comemorativas do mês de abril com base na obra de Monteiro Lobato.
Em alguns momentos iremos
utilizar folhas impressas, também iremos enviar atividades para serem
realizadas em casa.
6) Atividade Integradora
/ culminância:
Durante todas as aulas
sempre terá uma atividade direcionada para confecção de um livro individual,
como por exemplo: capa, sumário, apresentação de Monteiro Lobato, desenho livre
sobre uma das histórias da obra Reforma da Natureza, apresentação dos
personagens do Sítio do Pica Pau Amarelo, uma história da obra de Monteiro
Lobato escrita pelo aluno com final diferente da história original.
E após essas produções no
penúltimo dia de aula será montado o livro com cada aluno e exposto no corredor
da escola.
7) Avaliação:
A
avaliação será por meio da observação durante todos os momentos da aula. Será
analisado interesse e participação nas atividades, interação entre professoras
e colegas, e o avanço de cada aluno no decorrer das aulas.
Segundo Méndez (2002, p.
88) “a avaliação educativa deve ser formativa, contínua, individual,
processual, participada e compartilhada”.
Assim a avaliação
acontecerá com objetivo de verificar a aprendizagem individual e coletiva dos
educandos, para que possamos auxiliar em casos de não aprendizagem ou de
contribuir para uma aprendizagem mais significativa para todos os envolvidos.
Para isso acompanharemos o
desenvolvimento de cada educando em relação à aprendizagem, se compreendem as
explicações, copiam quando há conteúdo no quadro, realizam as atividades
propostas, se estão construindo um conhecimento e conceitos.
Dessa forma, a avaliação
da aprendizagem será realizada no sentido de verificar o desenvolvimento e as
dificuldades de cada educando, para que possamos rever nossa metodologia e
práticas, atendendo suas necessidades e construindo o conhecimento
coletivamente.
8)
Bibliografia:
CUNHA,
Maria Antonieta Antunes. Literatura
Infantil: Teoria e Prática. São Paulo: Ática, 1983.
FREIRE,
Paulo. Pedagogia da autonomia:
saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e terra, 1996.
____________.
A importância do ato de ler. 44. ed. São Paulo: Cortez, 2003.
MARTINS,
Maria Helena. O que é leitura. São
Paulo: Brasiliense, 1989.
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