A jovem pesquisa educacional brasileira

Texto inscrito por Marli André, professora do programa de Pós-Graduação em Educação, lançado na Revista Diálogo Educacional da PUCPR, entre setembro e dezembro de 2006. O texto nos apresenta momentos históricos da pesquisa educacional brasileira que teve início com a criação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, posteriormente foi criado o Centro Brasileiro e os Centros Regionais de Pesquisa e ainda na década de 70 começam a serem criados os Cursos de Pós Graduação. A autora ainda menciona em seu texto a falta de qualidade dos trabalhos científicos produzidos no país.
O objetivo do texto é focalizar alguns momentos da história da pesquisa educacional brasileira como: o nascimento induzido da pesquisa, a conquista da maioridade com a criação dos cursos de pós- graduação e o momento atual decrescimento e dos questionamentos sobre a qualidade da pesquisa.
No primeiro capítulo do texto que tem como título, os anos iniciais- nascimento induzido, Marli André nos trás considerações de Joly Gouveia (1971) que nos diz: “a pesquisa educacional só toma corpo por iniciativa de um órgão governamental- o Ministério da Educação e Cultura, que por intermédio do INEP, criado em 1938, apoiou o desenvolvimento dos estudos e pesquisas ligados à política educacional. O nascimento da pesquisa educacional data dos anos 40-55 e teve como característica a leitura psicológica do processo de educação escolar. Em 1944 os trabalhos científicos começaram a serem publicados na Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos do INEP. O segundo momento da pesquisa (1956- 1964) tem como destaque a criação do Centro Brasileiro de Pesquisa Educacional e de Cinco Centros Regionais de Pesquisa, que tinham como objetivo a formação de pesquisadores. Entre 1965 e 1970, predominou a pesquisa de fundamento econômico, ou seja; a educação como investimento, os custos da educação, etc.
Na segunda parte do texto que tem como subtítulo, A institucionalização da Pesquisa Educacional- a maioridade quase forçada que tem como data a década de setenta, com a criação e o crescimento dos cursos de pós-graduação, em 1965 foi criado o primeiro curso de pós-graduação stricto sensu em educação, na PUC\RJ. Em um ano já havia 10 cursos, crescendo cada vez mais o número de cursos de pós-graduação. A Fundação Carlos Chagas em 1971 criou o Departamento de Pesquisas Educacionais sob a coordenação de Bernardete Gatti onde se formou um grupo de pesquisadores para elevar o desenvolvimento da pesquisa educacional.
Embora se perceba o crescimento das pesquisas ao avalia-las, Gatti (2001) e Alves Mazzotti (2001), preocupam-se com a pobreza na abordagem teórico- metodológica e o modismo na seleção dos referenciais de análise.  No meu ponto de vista, isso se deve ao comodismo das pessoas, pois, é bem mais fácil pegar algo pronto do que tenta inovar.
Posteriormente o texto no trás O crescimento da Pesquisa Educacional- rumo à maturidade? Nesta parte do texto a autora menciona o seguinte: os temas, que se ampliam e se diversificam onde começa a dar-se atenção aos estudos do cotidiano escolar, avaliação, disciplina, etc. Bem como os enfoques, abrindo espaço para abordagens criticas e as abordagens metodológicas que também acompanham as mudanças ganhando força os estudos qualitativos. O contexto de produção também mudou, as temáticas e as formas de desenvolvimento vêm sofrendo mudanças significativas.  Antigamente o pesquisador era um sujeito de “fora”, nos últimos anos isso também mudou e o olhar de “dentro” do pesquisador é valorizado, o que certamente contribui para uma melhor qualidade dos trabalhos.
Finalizando o artigo a autora nos menciona questões referentes á qualidade da pesquisa em educação, no qual relata questões a respeito das avaliações da pesquisa educacional no país, menciona também os problemas como: a falta de apoio das universidades e agências de fomento para o desenvolvimento de pesquisas bem como a ausência de grupos de pesquisas. O que no meu entendimento prejudica a formação dos profissionais de todas as áreas.  Alves- Mazzotti (2001, p.40) aponta algumas críticas nas análises das pesquisas educacionais, entre elas destaco: pulverização e irrelevância das temáticas. Pois, para uma pesquisa despertar o interesse dos pesquisados e de quem a lê esta deve ter um tema que seja diferenciado, que seja atraente para o leitor. Marli André, nos apresenta no texto algo que particularmente me surpreendeu que é quanto a porcentagem de trabalhos elaborados pelas Instituições Estaduais( 49%) superando as Instituições Federais( 35%) seguido das Privadas(16%). A maioria dos trabalhos apresenta referencias teóricas e quanto à orientação teórica, as Ciências Humanas e Sociais deixam a desejar na indicação de autores. Entre várias observações da autora, também destaco o instrumento de coleta, onde 19% usaram documentos e o resultado dos trabalhos onde foram analisados 154 projetos, 152 relatórios e 28 artigos e foi concluído que o conhecimento produzido é escasso, pois, apenas 1\3 das pesquisas mencionam resultados que demonstrasse de forma satisfatória conhecimentos sobre a escola pública brasileira.  Um resultado satisfatório neste trabalho foi à mudança dos conteúdos das pesquisas sobre formação docente.
O texto de Marli André nos proporciona inúmeros dados a respeito do seu estudo sobre a pesquisa educacional brasileira, tema que infelizmente ainda não é visto com mais dedicação no Brasil, uma vez que os pesquisadores brasileiros não são valorizados, muitas vezes tendo que recorrer ao exterior para aprimorar suas pesquisas. Sendo assim, em um país onde a educação é dita como prioridade pelo governo os pesquisadores deveriam contar com maior apoio deste para realizar suas pesquisas, uma vez que estas se bem elaboradas por sua vez só tem a acrescentar no processo de desenvolvimento da educação do país.








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